São Jorge

Em São Jorge somos todos um pouco pescadores, o mar está logo abaixo, é só descer e chegar nas salinas, viu? Meu nome é Clarindo Teixeira e sou presidente da associação comunitária de São Jorge. O mar pode ser um local perigoso, mas os pescadores não o temem, mesmo no escuro sabem onde estão, para onde ir, quando parar. Aqui há muitos peixes; há atum, anchova, dourado, espadarte, salmão, olho grande. A técnica mais antiga é a pesca à linha, o pescador sai do porto por volta das duas da manhã e permanece no mar até doze ou treze horas. Para a pesca do atum, que é um peixe muito apreciado, utilizamos uma isca chamada Djam Frem, é difícil de encontrar, vive nas cavidades das rochas e muita gente usa redes para pegá-lo. Aqui, o Djam Frem é apreciado por todos os peixes grandes. Uma chumbada está amarrada ao ponta de um fio, amarre a isca e deixe-a descer. Isso é muito importante deixar a outra ponta da linha livre para evitar acidentes. A pesca à linha é um jogo de forças entre o homem e o peixe.

Do Monte Preto, vulcão já extinto, desce-se o caminho até ao Salinas, formado graças à estratificação lávica de erupções passadas. Não vivo sem mar, vou ao Saline todos os dias, à noite, à tarde e à noite. Todos os lugares que visitei na minha vida têm mar.

O turismo rural é seguro, sustentável e circular. Um bom guia local é aquele que conhece a terra que percorre, fala um pouco línguas e sabe transmitir informações práticas e concretas. Para fazer este trabalho é preciso paixão, respeito e uma certa aptidão para saber se reinventar. O meu nome é Carlos Luis Oliveira Gomes, trabalhei durante anos na ilha do Sal, em resorts. Hoje, lá em casa, sou treinador. O meu projeto de vida está aqui, no Fogo. Adoro a gentileza das pessoas, os passeios maravilhosos, as histórias, a comida, as danças como o funaná. Sim, pretendo morar aqui.